






Nos dia 09 e 10 de maio a Rede GTA ( Grupo de Trabalho Amazônico) realizou a segunda rodada de oficinas no Arquipélago do Bailique, na comunidade Foz do Rio Gurijuba, no Amapá (AP). As oficinas possuem o objetivo de realizar a construção do Protocolo Comunitário. O Protocolo promove o fortalecimento de povos e comunidades tradicionais para dialogar com qualquer agente externo de modo igualitário, certificando seus direitos e deveres, bem como conscientizando-os da importância da conservação da biodiversidade e de seu uso sustentável.
A oficina contou com a participação das comunidades Jangada, Jaburu Grande, Jangadinha, Junco, Ponta do Curuá, além dos próprios anfitriões, Foz do Rio Gurijuba. Na segunda rodada das oficinas, o GTA levou aos líderes, conselheiros e moradores diversos conceitos, os quais foram divididos em três cadernos com atividades em grupos, gerando a integração entre as comunidades e incitando às exemplificações locais de acordo com cada etapa.
Na primeira etapa foram dados conceitos, sendo alguns deles: Biodiversidade, Sociobiodiversidade, Agroecologia, Agrobiodiversidade, Agroextrativismo e Desenvolvimento Sustentável, Comunidades Tradicionais.
Atividades durante a oficina.
A segunda etapa esclareceu os seus recursos naturais e como as empresas, pesquisadores e seus cientistas podem acessá-los e utilizá-los sem interferir no ecossistema, além de cumprirem seus direitos e deveres com os comunitários, através de contratos, anuências e repartições de forma justa e equitativa. Nessa fase, para melhor esclarecimento foi realizado um pequeno teatro; com os personagens dona Maria Bailique e Dr Naturex, simulando a chegada de um cientista, ilustrando de forma mais significativa como os bailiquienses devem agir e garantir seus benefícios em comercialização com empresas que desejam extrair os recursos genéticos da região.
A terceira etapa contou com os temas sobre a Legislação Nacional e Internacional, na qual explicou as leis regentes no país, que protegem e amparam esses povos, como a CDB ( Convenção sobre a Biodiversidade) e o Protocolo de Nagoia.
Nos dias de oficinas intensas, as chuvas dificultaram a chegada dos comunitários, porém o interesse em aprender e obter mais conhecimento são mais fortes do que as adversidades naturais, como disse o Presidente do CBB e Líder Comunitário do Bailique, o Sr Paulo Rocha:
Dona Maria Bailique e Sr. Naturex.
"A sociedade precisa sempre lutar para conquistar o que deseja. O GTA leva um projeto belíssimo, que traz um protocolo, regras e união, nos ensinando a proteger o que temos. Nossas florestas, nossa fauna, flora e nossa comunidade precisam de proteção e nós precisamos desse conhecimento, pois é nossa obrigação cuidar o que temos para todos e para as próximas gerações."
A comunidade encerrou a oficina com um brilho contagiante, pelos novos conhecimentos adquiridos e que serão repassados aos moradores das suas respectivas localidades, através de um caderno impresso em lona, contendo todas as etapas estudadas durante os dois dias.
" Há mais de quarenta anos estou aqui e trazer o GTA nos trouxe mais união para construirmos um futuro melhor", comentou o SR. Joanicio Nascimento Pires - Líder Comunitário e Conselheiro da Foz do Rio Gurijuba.
Muitos já confirmaram sua presença para o Encontrão, que será realizado no próximo mês, na qual permitirá o encontro de todas as comunidades do Bailique para uma discussão sobre as oficinas realizadas pelo GTA e os resultados alcançados, além da finalização da marca que está sendo construída para o protocolo.